Quando analisamos o comportamento do povo português, perante a fortíssima quebra de rendimento ao longo dos últimos 2 anos, concluímos o seguinte:
1º uma grande dose de paciência
2º uma grande resignação
3º uma diminuta cidadania activa
Se na recta final do governo do bancarrota Sócrates, verificávamos uma forte tensão na maioria da sociedade portuguesa, expressa quer seja na blogosfera, na comunicação via e-mail, nos sites com petições e abaixo assinados para a condenação do nunca antes visto nem pensado primeiro ministro, nas conversas de café e na maior e heterogénea manifestação de rua da sociedade civil, a chamada juventude à rasca, estamos agora numa fase que poderemos chamar de banho de maria. Esta aparente fase de acalmia e resignação, perante o forte ataque aos rendimentos e regalias dos portugueses, era previsível, independentemente do governo que viesse para o poder. Os portugueses já sabiam, que com a saída de Sócrates e a chegado de um novo governo nada de bom chegaria para eles. E porque é que sabiam ? Por um lado sabiam pelas notícias do mundo e nomeadamente do espaço europeu que isto estava tudo a descambar, mas também porque conscientemente sabiam que procederam imprudentemente a um consumo desgovernado impulsionado em grande parte por uma banca gananciosa e irresponsável. Mas por outro lado, não se compreende a passividade com que nos manifestamos perante os pezinhos de lã com que o governo mexe nos interesses instalados, e na demora que leva a implementar as ditas reformas estruturais. O exemplo mais recente chama-se reforma do mapa autárquico. Com medo de afrontar os lobies partidários, a reforma fica por uma reformazinha, ou seja, não se mexe no mapa ao nível dos concelhos, mas sim no elo mais fraco, as freguesias. É que um reles Presidente da Junta, tem pouco poder no conjunto dos interesses gerais das Concelhias. É mais fácil descartar as estruturas que mais dificuldade têm em se aproximar do poder central, e logo menos chatices. Como já disse este governo enferma do mal que todos os anteriores enfermavam. Fortes com os fracos e fracos com os fortes.
Mas isto é um exemplo deste atavismo manifesto. Relembro outras situações já por mim expressas em artigos anteriores, como seja a ausência de corte nos 13ºs e 14ºs meses de subsídios às empresas TAP, CGD, BDP, RTP, deputados e os que se tem vindo a perfilar para serem também excepções como é o caso dos CTT entre outros, e já para não falar dos ordenados principescos de muitos dos dirigentes destas empresas, e de outras como sendo das entidades reguladoras que de reguladoras pouco ou nada têm. Do ignorar dos luxuosos vencimentos do presidentes e restante pandilha que ficaram no nacionalizado banco BPN, a ganhar quando aquilo estava falido. Perante estas injustiças, o que é que os portugueses fazem ? Nada ! Até agora o pouco que se viu nestes 11 meses de governo Coelho, foram meia duzia de ovos atirados com fraca pontaria a alguns membros do governo. Uns disturbiozitos na baixa lisboeta, com polémica à mistura. Pouco mais.
Os portugueses estão na expectativa; vão esperar mais algum tempo. Não menosprezem este povo. Lembrem-se dos últimos anos do primeiro quartel do séc. XX. Do assassinato de Sidónio Pais, e já para não falar dos acontecimentos que levaram à queda da monarquia.
Parafraseado um adágio popular " Não piquem o manso pois saberão quem é o bravo"
"Não desesperem os desesperados................"
"Não desesperem os desesperados................"
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