Elogiar quem nos está próximo, quer seja
colega de profissão, nosso vizinho, ou aquele com que nos cruzamos
regularmente, quer seja pelo desempenho manifestado em determinado acto, ou
em determinado período, é segundo a minha experiência e observação,
uma raridade.
Uma dessas excepções, ocorre quando
elogiamos o nosso interlocutor. Não que este o mereça, mas sim porque
torna mais escorreita a conversa para dizer mal de um outro qualquer. O
entusiasmo e adrenalina dão voz ao maldizer. O nosso interlocutor é bom, o
outro (que na maior parte dos casos nos faz sombra) é um merdas.
Vou falar do meu caso pessoal, mas isto passa-se na maioria das empresas e organizações. Durante os últimos anos, nas empresas onde trabalhei, a minha actividade profissional tem sido, desenvolver ferramentas informáticas de forma a automatizar processos nos ERPs, para melhorar a produtividade individual, e por arrasto a produtividade global. Fiz centenas de programas sob a plataforma PHC, em Xbase / Visual-FoxPro, e queries do mais complexo em Transact-Sql. Conto pelos dedos de uma só mão, um agradecimento explícito por parte daqueles a quem foram direccionados tais desenvolvimentos, quer seja de forma directa, quer indirecta.
Vou falar do meu caso pessoal, mas isto passa-se na maioria das empresas e organizações. Durante os últimos anos, nas empresas onde trabalhei, a minha actividade profissional tem sido, desenvolver ferramentas informáticas de forma a automatizar processos nos ERPs, para melhorar a produtividade individual, e por arrasto a produtividade global. Fiz centenas de programas sob a plataforma PHC, em Xbase / Visual-FoxPro, e queries do mais complexo em Transact-Sql. Conto pelos dedos de uma só mão, um agradecimento explícito por parte daqueles a quem foram direccionados tais desenvolvimentos, quer seja de forma directa, quer indirecta.
O leitor pergunta: será que estarei
ressabiado com tal ausência de reconhecimento explícito ? Não ! com os
anos e experiência, aprendemos a saber valorizarmo-nos, a
relativizar as coisas, e a saber ultrapassar os silêncios.
Perante quem nos paga, o reconhecimento
implícito no silêncio, é para mim tranquilizante, já que de outra maneira
estaria fora do circuito. Reconheço também, a importância da gestão do
silêncio na gestão das expectativas. Contudo, levado ao limite, a conclusão que retiro, é
tudo menos gestão, e sim uma grande dose de mediocridade.
Falo do meu caso profissional, dado que
este tipo de comportamentos acontece com muito mais intensidade e frequência
nas empresas, e atravessa todos os sectores, departamentos e hierarquias,
reflectindo aquilo de pior existe em nós. A inveja.
O reconhecimento do trabalho de cada um pelos
colegas e chefias, é factor importantíssimo para a gestão de expectativas
e o limpar do caminho para atingir objectivos, dado que, mesmo sem contra
partidas monetárias, é a melhor forma de nos estimular e dar o melhor que
há em nós.
A nossa massa crítica, quer ao nível
empresarial, quer governamental, reflecte o actual estado em que
nos encontrarmos. Decerto, que se os empresários e
políticos que nos têm governado nas últimas décadas,
soubessem reconhecer e valorizar algum do trabalho que os seus colegas e
antecessores desempenharam, estaríamos agora mais preparados para
trabalhar em conjunto numa plataforma de entendimento, para encontrar uma
solução que retirasse este país do atoleiro em que se encontra.
A ausência desse entendimento, está
patente neste momento entre governo e oposição.
Será agravada, quando infelizmente o PS
chegar novamente ao poder, chefiado por António José Seguro; este, perante as
primeiras dificuldades, deverá, como vem sendo hábito nestas pseudo elites,
culpabilizar a herança do seu antecessor.
Este comportamento, resulta da
incapacidade de reconhecer e valorizar o que de bom teve o trabalho do outro, e
em certa medida, reflecte o estado de subdesenvolvimento em que nos
encontramos.
Portugal e os portugueses tem tudo a
perder.
" A cooperação é bem mais
inteligente que o conflito."
---Adela Cortina---
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