quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

EMBUSTE


Quando em 1999 arrancou a União Económica e Monetária  e mais tarde em 2002 a chegada da moeda única ao bolso dos portugueses, estávamos longe de pensar na euforia consumista que esta alteração iria gerar na maior parte dos portugueses. Induzidos pela baixa taxa de juro que lhe estava associada; toca a comprar casa; carro; mobiliário; férias; tecnologias etc., etc...Empurrados por uma banca desejosa de grandes lucros, o futuro apresentava-se promissor. O crescimento económico ia de vento em poupa. O emprego era para toda a vida. Os fundos Estruturais e de Coesão alimentavam a máquina com os milhões e milhões de €uros que chegavam ao nosso país. Estava lançada a quimera. 

Nunca uma classe média tinha chegado tão alto no nosso país. O alto crescimento económico, com o Produto a crescer na ordem dos 3 e 4% ao ano, alimentava um Estado Social de milhares e milhares de indivíduos sem que para ele tivessem contribuído. Havia quer fazer obra a todo custo. Os  pertencentes às tribos partidárias, haviam de querer mostrar obra. Sem qualquer experiencia de vida empresarial, criaram  as condições para o crescimento de uma super estrutura de Estado parasitária.

Depois de sugada até ao tutano, a super estrutura teria que colapsar. Vários alertas terão sido dados. No meio do festim estava tudo surdo, cego e mudo. Os  que alertavam para o desvario reinante, eram amordaçados, e alvos do escárnio e maldizer. Os poucos que eram escutados eram desprezados, como se fossem velhos do Restelo. O professor João Ferreira do Amaral e dr Medina Carreira eram alguns desses. Responsáveis máximos quer seja ao nível institucional, como político, achavam tudo normal. Todos tiravam o seu quinhão. Relembro mais uma vez, que já numa base adiantada da doença, o na altura pseudo Governador do Banco de Portugal Vítor Constâncio, afirmava:  "....O endividamento !? O endividamento não é problema. O endividamento é um problema de cada um dos agentes económicos. Já não temos balança de pagamentos ! Estamos numa união monetária..."
Pura ilusão ! Pensavam que as dívidas soberanas jamais iriam ser postas em causa. O chapéu Europeu era uma garantia perene.

Mais cedo ou mais tarde isto tudo teria um fim.  A crise dos mercados de alto risco, o chamado subprime, acelerou o processo. Agora, quando andamos pelas ruas e olhamos os rostos das pessoas que passam, vimos tristeza e alguma revolta associada, como que dizendo: confiámos em vocês para nada. Acreditamos nas promessas de uma vida melhor para nós e nossos filhos, mas foi tudo uma mentira. Foi sim verdade para vocês. Sim ! para vocês foi verdade, já que retiraram e continuam a retirar altos dividendos de todo este processo mentiroso. A nós continuam a azucrinar os nossos ouvidos com discursos ocos e vazios de conteúdo; falsas promessas como se nada se tivesse passado, e como se não tivessem nenhuma culpa no cartório.
Insultam a nossa inteligência !  Sois uma escumalha ! Sois um embuste !

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