Com a chegada da segunda volta das eleições presidenciais francesas a 6 de Maio de 2012, a esperança dos românticos socialistas estava no auge. A vitória de François Holland trazia finalmente o libertador da tirania monetarista da Alemanha de Merkel. Chegavam as políticas de crescimento e do emprego. A compra de dívida ilimitada do BCE aos países endividados seria e é uma realidade. Iriam chegar mais cedo ou mais tarde os Eurobonds como forma de promover a continuação do desvario. A saída do vilão Sarkozy, aliado da tirana Merkel libertaria a Europa do Euro dos ajustamentos sofredores.
Passados 8 meses a montanha pariu um rato. Nunca Holland esteve tão parecido com o seu antecessor. As políticas de crescimento e emprego tão apregoadas na campanha eleitoral não passaram de intenções. As políticas de crescimento deram lugar às políticas de cortes e de ajustamento. Mário Soares e o seu correligionário Zé Seguro que tanta esperança tinham no François; meteram a viola no saco.
Pode-se discutir muitas coisas, entre elas a forma como a constituição da zona monetária €uro foi feita, ou mesmo como a Europa se abriu ao ao mundo, aderindo plenamente às regras da OMC, e à liberalização do comércio mundial. Mas independentemente disso e de toda dialéctica acerca do €uro, não há milagres. O discurso das nossas elites europeias, começando pelo nosso Presidente da Comissão Durão Barroso ou do comissário para os assuntos económicos Olli Rehn, é feito em função da direcção do vento. Ora Portugal têm que fazer os trabalhos de casa, nomeadamente ajustando o seu consumo à sua produção, alinhando-se com a chefe Merkel, ora Portugal deve abrandar a austeridade porque o remédio está a matar o doente. Independentemente da dialéctica; quer estejamos no €uro com o empobrecimento através da baixa do rendimento, ou fora dele, com desvalorização monetária, o ajustamento terá de ser sempre feito; e por toda a Europa. O mundo é global, e as paridades entre os países com quem nos relacionamos comercialmente, vai ter tendência a harmonizar-se. Infelizmente com regras diferentes entre países, o mesmo será feito por baixo. Os europeus que se cuidem.
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