Vêm agora as virgens ofendidas de todos os quadrantes políticos, bradar aos céus , aí !aí ! ai ! Jesus ! que não pode ser, tanta dor ! tanta dor !
Vêm os mais gloriosos economistas, dos mais variados azimutes, considerar um erro de grande monta, penalizar mais o factor trabalho. Dizem estas virgens ofendidas, que "têm que haver políticas de crescimento". Sim é verdade, mas para haver crescimento sustentado, têm que ser a oferta interna a impulsionar a procura interna, e não ser esta impulsionada pela oferta externa através do endividamento.
Este seria o processo de desenvolvimento estrutural, que nos tornaria um país competitivo. Mas não, foi desbaratado por estas virgens ofendidas ao longo das últimas décadas, onde o partido Socialista, mas também o PSD têm forte culpa no cartório.
- Economia de rendas e investimentos de luxo, pouco produtivos, onde a banca se modernizou fortemente para lhes dar apoio e deles mamar a elevadas taxas de rendabilidade,
- Empresas do regime como sejam construção civil; consultoras; escritórios de advogados; empresas de informática etc etc.., onde muitos dos seus accionistas desempenham ou desempenharam funções governativas, estando directa ou indirectamente ligados ao poder, o qual lhes permitiu obter contactos privilegiados e manter uma procura constante de serviços de apoio ao estado, onde obtinham e obtêm ainda chorudos lucros.
- Aparelho de Estado, quer seja local , empresarial ou regional repleto de caciques e seus familiares, com lugares criados para estes, não por necessidade de prestação de melhores serviços ao cidadão ou aumento da produtividade global do estado, mas sim para satisfazer uma estrutura tentacular autofágica que se alimenta de si própria, através de um sistema privilegiado de regalias onde a remuneração desses caciques é feita com uma das moedas mais fortes do mundo, o €uro.
- A venda das joias económicas a privados (monopólios como- EDP REN,PT etc.) e a assunção de encargos futuros como sejam os fundos de pensões da PT, para satisfazer necessidades de tesouraria de curto prazo, afundam ainda mais à já débil estrutura económica nacional.
Estas negociatas foram e são feitos por toda uma nomenclatura parasitária de interesses que se apoderaram do Estado e o tornam gordo e ineficiente. Pagar em Euros a toda esta gente tornou-se insuportável. A factura teria que vir mais cedo ou mais tarde. Remuneramos a peso de ouro, quem produz o mesmo peso em prata.
Solução ! reduzir a quantidade de ouro que recebem, para se equivaler ao valor da nossa produção prata.
É assim tão difícil de entender a estas virgens ofendidas ?
A nossa balança de pagamentos que antigamente, apesar de deficitária em termos comerciais, era contra balançada pelas transferência das remessas dos emigrantes, deixou de ter visibilidade económica com a moeda única. Aquele senhor Constâncio que agora está como vice-Governador do BCE, e que teve o descaramento e a incompetência de afirmar um dia a um jornalista, que o endividamento não era problema, visto que já não tínhamos balança de pagamentos. Era um problema das empresas e famílias. Este incompetente, quando disse isso devia pensar que os mercados estariam eternamente lá para nos financiar. A dívida soberana era uma coisa que ninguém poderia questionar. Estarmos na moeda única seria sempre uma espécie salva guarda, e que o clube de ricos a que pertenciamos que nunca nos deixariam cair. Pura treta. De soberanos passamos a falidos, e darem-nos um chuto no cú para fora do euro é o passo seguinte.
Mais, para induzir esse crescimento que as virgens ofendias tanto clamam, era possível se as as dezenas de universidades e politécnicos da treta que foram objecto de negociatas e de mama por de muitas dessas virgens, sem qualquer orientação para o mercado do trabalho, tivessem tido um impacto no valor acrescentado real da nossa economia. Mas não. O impacto foi quase nulo. O desfasamento é enorme. O esforço que as famílias fizeram na educação dos nossos filhos pouco retorno tiveram, já que a qualidade daquilo que se ensina, e o fraco nível de exigência ao longo de todo o percursso escolar, levaram a que o rácio retorno/investimento na educação fosse muito baixo Pouco conteúdo e pouca exigência, com licenciados da treta a saírem de muitas dessas universidades.
Esquecem-se também essas virgens ofendidas, que estiveram caladas durante anos e anos, quando já para o mais incompetente estudante universitário de 1º ano de economia ou gestão, ou mesmo até a dona de casa mais afoita, que o caminho para o precipicio ia de vento em poupa. Estiveram calados. Mamavam e mamam altos salários, faziam e ainda fazem altas negociatas, com uma moeda, para a qual nada contribuem, antes pelo contrário ajudam-na a afundar.
Querem agora o quê ? Não há dinheiro porra !
Para haver crescimento, é necessário haver conhecimento !
Para haver conhecimento é necessário planeamento, organização, disciplina, avaliação !
Foi tudo o que não tivemos nas últimas décadas.
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