
Aquilo que se temia aconteceu. Espanha pediu ajuda financeira à UE. O chefe do executivo Mariano Rajoy, para além do timing conveniente escolhido para o anúncio deste pedido (véspera do jogo inaugural da Selecção de Espanha), veio rapidamente a terreno numa comunicação ao país dizer que não se tratava de um resgate a Espanha, mas sim de um financiamento. Puro Eufemismo. Compreende-se. Lembram-se do esforço feito por José Sócrates para negar a necessidade de ajuda à economia portuguesa. O mesmo se passa com o governo espanhol. Não faz muito tempo em que nas palavras de Mariano Rajoy, o governo do reino de Espanha estava bem e recomendava-se, negando qualquer necessidade de ajuda. Puro engano, a economia espanhola está a passar por grandes dificuldades de financiamento, agravado com a subida da taxa de juro em todos os prazos.
Agora compreendo as declarações do homem de direita sr Mariano, apelando na semana passada, estranhamente e também, à emissão de eurobonds. Obrigado ! está com as barbas a arder e não têm como as apagar. O que se irá passar a seguir ? Receio que seja a primeira parte do resgate, dado que se o financiamento à banca espanhola não sossegar os mercados e o tesouro de Espanha não se conseguir financiar a taxas de juro mais baixas, a segunda parte do resgate virá.
Qual a diferença entre financiar o governo de um país ou o sistema financeiro desse mesmo país ? No fundo a diferença não é muita. Se o governo espanhol não quer deixar cair qualquer banco, terá que o recapitalizar. Pelos vistos o tesouro de Espanha para além de não querer deixar cair nenhum banco, também não dispõe de meios financeiros para os recapitalizar; daí a necessidade de recorrer ao novo FEEF para ajuda aos países que dele venham a necessitar. Os espanhóis chamem-lhe eufemisticamente o que quiserem, mas o facto é que estão já intervencionados, e para nosso mal não vai ficar por aqui.
A Irlanda em face da notícia dos termos da ajuda à economia espanhola, veio e bem, solicitar igual tratamento ao seu país, pedindo uma renegociação da intervenção da troika, em termos semelhantes aos de Espanha. Nós, como é hábito, feitos pasmados e bem comportados, viemos pela voz do nosso primeiro ministro, dizer apressadamente que não via nenhuma razão para alterar os termos da ajuda à nossa economia. Metemos dó.
Sem comentários:
Enviar um comentário