quinta-feira, 8 de março de 2012

TUDO FARINHA DO MESMO SACO

Já era de esperar, mas foi mais depressa do que pensei. Apesar da intervencionados, e fiscalizados pela troika, a rapaziada do poder não consegue resistir à pandilha. Há sempre excepções quanto ao corte. A maior parte mantêm-se calados e na sombra. De vez em quando vêm umas notíciazinhas nos orgãos de comunicação social a desassossegar alguns. Destaco a título de exemplo, uma notícia hoje do Correio da Manhã titulada "Concorrência renuncia a Pelouros" na qual anunciava que João Noronha renunciou aos seus pelouros como membro do Conselho da Autoridade da Concorrência, mas mantêm-se lá com um vencimento e 8.844 € e Manuel Sebastião presidente da AdC garante que está tudo na normalidade. Claro está sempre tudo na normalidade. Os direitos adquiridos deixaram de o ser para a classe média, com o argumento das medidas excepcionais de interesse Nacional. Mas se tiverem que renegociar os contratos altamente lesivos para o Estado das parcerias Publico Privadas, o direito e os tribunais com os altos advogados estarão na linha da frente para obrigar o Estado (todos nós) pagar as altas indemnizações compensatórias por incumprimento de contrato. Aí o interesse Nacional não é invocado. Os direitos adquiridos juridicamente nos contratos usurários serão aí invocados pelas empresas contratadas, e não pelo Estado. Os tribunais serão aí implacáveis a condenar o Estado. O Estado não invocará o interesse Nacional, mandando aqueles contratos altamente inclinados a favor da Banca e das empresas de construção para o galheto. Lembram-se do contrato do terminal de contentores da Lisconde. Nunca mais se ouviu falar. Foi um contrato que mais parece que foi redigido por uma única parte e assinado por duas. Nos corredores e nos almoços bem regados com bom vinho serão tratados os pormenores, já que por telefone pode haver perigo de algum juizinho reaccionário  os ponha sob escuta. Mas mais, os regimes de excepção começaram com os vencimentos de quadros de algumas empresas públicas, que não ficam sob a normativa  de que os salários dos  administradores desses empresas não ficam indexados ao tecto máximo do primeiro ministro. Destaco a título de exemplo a CGD e a RTP. Qual o argumento para que algumas dessas empresas não sejam abrangidas por esse decreto ? É a de que estão no mercado em concorrência directa com o sector privado. Belo argumento. Com este argumento parte-se sempre do pressuposto de que a gestão privada é sempre de excelência e então terão que contratar a peso de ouro a excelência para as empresas públicas que se encontram em concorrência perfeita. Mas o que se vê é que a excelência contratada para essas empresa públicas em regime de concorrência perfeita são sempre os mesmos. A excelência da pandilha partidária. Baixassem-lhe lá os vencimentos a ver se não ficavam lá na mesma. Perguntem-lhes lá se se querem ir embora a ganhar o mesmo que o primeiro ministro. Claro que não vão. Não arranjam melhor lá fora. Que emigrem que desapareçam ! Existem centenas de  excelentes profissionais  formados  nas nossas Universidades à espera de uma oportunidade de mostrarem do que são capazes de fazer. Estão barrados pela ausência de filiação partidária. O regime da pandilha é mais bafiento que o regime de Salazar.
Quando o Bancarrota Sócrates chegou ao poder, também vinha cheio de pica reformista, e começou logo pelos da casa, com a alteração ao regime de reformas de excepção  que os deputados da Assembleia da Républica detinham. Foi logo barrado à entrada. Caíu o Carmo e a Trindade. Foi logo criado um regime de excepção para suas excelências pois estavam quase a atingir a sua reformazinha antecipada e dourada.

Mas mesmo com Troika e tudo, não demorou que Paços Coelho viesse agora, quando todos os trabalhadores das empresas públicas levam cortes de subsídios, abrir uma excepção para o pessoal da TAP. O argumento é o mesmo, estão num mercado concorrencial. Vejamos o argumento hoje de Morais Sarmento na SIC, para que ao pessoal da RTP (não a Administração) leve cortes e a TAP não. ....."a RTP é subsidiada pelo Estado, não está em concorrência perfeita com as outras do sector....". Pois é dr Nuno Morais Sarmento, só é perfeita para os Administradores; ai os salários não são plafonados ao do 1º ministro. Para o Pessoal corta-se os subsídios pois já não está no mercado; é uma outra empresa qualquer. Para a Tap está "Tout Cour" no mercado quando dá lucro; qando dá prejuízo os camelos dos contribuintes cá estão para os cobrir.  Uma vergonha. Sócrates demorou mais tempo a começar-me a meter nojo. Estes estão a enojar-me mais cedo. Já o tinham feito com a nomeação para o Concelho de Supervisão da EDP e  colocação no Concelho de Supervisão da Excelência Catroga ; Celeste Cardona entre outros, com ordenados escandalosos para um país rico, quanto mais para um pais intervencionado. Não vamos de certeza ficar por aqui.
Esta gente está-se cagando para que isto rebente ou não. O assalto ao Pote é o que interessa. A fome, a miséria, o desemprego não lhe vai bater à porta. E se na pior das hipótese o Euro rebentar, já têm as suas poupanças em Dollares, ou então serão não convertidas para escudos, mas sim para Marcos, Francos etc.
Fortes com os fracos e fracos com os fortes, é o que se titula os cobardes, que é o que vocês são.
Cada vez mais Salazar me vêm à memória

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