sexta-feira, 2 de março de 2012

A FALÊNCIA DESTE MODELO ECONÓMICO

O actual modelo económico de crescimento à escala mundial, é tudo menos económico. Este modelo assente no crescimento pelo crescimento, nos quais a Europa e os USA se desenvolveram nas última décadas é insustentável a prazo. Porquê insustentável ? Em primeiro lugar gera expectativas de um bem estar acente num consumo exacerbado de bens para satisfação daquilo que considero ilusório. Ilusório porquê ? Porque gera três grandes angustias no ser humano; para além da angústia de trabalhar; trabalhar; trabalhar para adquirir esse enumerado de bens e de uma subida na hierarquia social, tem a angustia do endividamento a que fica sujeito, e a respectiva dificuldade que leva em o liquidar. Depois tem a angústia de ver que  grande parte desses bens que adquiriu têm uma utilidade marginal negativa, ou seja muitos deles nem sequer são utilizados. Por último e mais grave, é a de que os recursos naturais gastos para o seu fabrico estão a esgotar o planeta, e o meio onde se vive do ponto de vista ambiental está a perder a graça. Os espaços onde poderemos estar em profundo isolamento com a natureza são cada vez mais escassos,  o ar que respiramos, o sol que apanhamos tem cada vez tem menos qualidade. 
Faço uma pergunta. É isto que queremos para os nossos filhos ? Julgo que não ! Longe de um pensamento estrutural de esquerda, julgo que este modelo acente no capitalismo financeiro, do crescimento pelo crescimento, onde a remuneração do capital em detrimento do factor trabalho é cada vez mais o escopo do sistema, não é o caminho. É que para a satisfação do capital financeiro,  que gera lucros elevadíssimos leva os jovens a lutar desmesuradamente nas universidades e mais tarde nas empresas para chegar ao topo. Sendo que na grande maioria só uma pequeníssima percentagem lá chega. A frustração, é uma constante instalada. Aqueles que nem sequer entram nessa guerra são explorados para que os accionistas vejam cada vez mais e melhor remunerados os seus capitais. Não interessa os meios, os fins é que interessa. Pagar mal a quem trabalha, não importa. Corromper a classe política e dirigente, não faz mal. Poluir o planeta é um mal menor. Fechados nos seus mundos, vivendo cada vez mais isolados da realidade mundana nos seus condomínios e dentro dos seus jactos particulares, os senhores do mundo tudo controlam. Controlam essencialmente as debilidades dos intervenientes neste jogo. Quais são ? O poder político ! Este fica de cócoras perante o poder económico. As democracias estão vulneráveis. É necessário uma nova revolução. Um grito de revolta, que direccione essencialmente os valores que norteiam as prioridades dos cidadãos; que o dinheiro perca valor na medida de estratificação social e se valorize de facto o mérito, o esforço, a solidariedade. É um mito ? que assim seja, porque neste momento o que há é um vazio ideológico É uma rendição. Parece que esta ditadura da finança é uma inevitabilidade. É necessário um novo paradigma, e que seja rapidamente exportado para as novas potências económicas mundiais. Se não arrepiarem caminho pela angustia do falhanço deste sistema económico, fá-lo-ão pela ruptura dos recursos do planeta.
Como diz o poeta, 
"não sei  por onde vou, sei que não vou por aí.."

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