Acontece que neste caso o Japão fica mais rico, no entanto, os seus produtos, devido a essa grande procura ficam muito caros pela valorização excessiva da sua moeda (Iene).
Esta excessiva valorização, levou o Japão durante duas décadas a ficar numa situação económica de estagnação. O governo não interveio nem no mercado monetário nem cambial de forma para defender a sua moeda/economia, deixando livremente actuar a lei da oferta e da procura.
A China não cometeu o mesmo erro, lá o fluxo cambial é controlado pelo governo, não é livre como era no Japão e como pregam os economistas clássicos adeptos do "laissez faire laissez passê". Se a China deixar entrar todos os dólares gerados com suas exportações, a oferta de dólar vai superar a procura, isto é, vai haver excesso de dólares, fazendo seu valor cair e a moeda chinesa, o Yuan, se valorizar como aconteceu com o Japão, prejudicando o ponto forte das exportações da China que é o baixo preço. Assim, os chineses utilizam as divisas geradas por suas exportações para comprar títulos da dívida americana, mantendo os dólares nos EUA e o seu câmbio artificialmente baixo. Por outro lado os EUA são os maiores compradores dos chineses, e financiá-los comprando títulos da dívida pública é um negócio da China!
Como os americanos gastam mais do que poupam, necessitam de quem financie o seu o deficit público. Fazem-no através da emissão de títulos da dívida, que por sua vez tem nos chineses os seus maiores compradores mesmo pagando uma taxa de juros real negativa, em outras palavras, quem empresta ao Tio Sam resgata valores com poder de compra mais baixos do que quando emprestou, poderíamos até dizer que os americanos ganham para pegar dinheiro emprestado, mas os chineses parecem não se incomodar com isso, a dúvida é até quando essa relação vai permanecer?
Como escrevi no artigo anterior, é a prazo um suicídio económico.
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