O POTE DAS MIGAS

A primeira garfada no POTE DAS MIGAS já tinha sido dada aquando da nomeação da Administração da CGD, na qual, já em sentido contrário aquilo tão propagandeado em campanha eleitoral  "...irmos libertar o estado dos aparelhos e interesses partidários....."  foi nomeada uma administração à medida daqueles, que tinham na altura da campanha dado o seu contributo para a elaboração do programa do governo. Falo claro está, da nomeação do professor Nogueira Leite entre outros. Não vou embarcar naquele discurso de que há cargos de nomeação técnica e outros de nomeação política, e de que com a mudança de governo, para que a prossecução das políticas do novo governo chegue a bom porto, têm que estar em determinados lugares pessoas da confiança política . É que debaixo deste chapéu cabe lá tudo ou quase tudo. Poderá haver casos em que tal é verdade. Mas em situações normais. Mas o que se passa é que NÓS NÃO ESTAMOS NUMA SITUAÇÃO NORMAL. Estamos numa situação de CRISE. Estamos como se diz na gíria empresarial, numa situação de saneamento financeiro. Este saneamento com intervenção externa, está a levar à maior PERDA DO PODER DE COMPRA DOS PORTUGUESES que alguma vez aconteceu em democracia. Há que ter o maior cuidado com a FORMA, independentemente do CONTEÚDO. Como diz o ditado, "À mulher de César não basta sê-lo, têm de parecê-lo". Não foi o que se passou numa primeira fase com a nomeação da Administração da CGD.

Agora foi pior. A Segunda garfada no POTE DAS MIGAS foi agora dada  com a nomeação do Conselho de Supervisão para a EDP. Alguém acredita que os Chineses soubessem, sem que fossem indicados pelo governo ou alguém mandatado por ele, quem era Celeste Cardona; Paulo Teixeira Pinto. NÃO TOMEM OS PORTUGUESES POR PARVOS. Numa altura em que os portugueses levam cortes brutais nos seus rendimentos vêm-nos dizer que o vencimento de 45.000 € do dr Eduardo Catroga, também ele fazendo parte do conjunto de sábios da supervisão é perfeitamente normal, para este tipo de empresas. Empresas em regime de monopólio, onde a procura dos seus serviços é rígida. Quem pode hoje em dia viver sem electrícidade.  Como é evidente, os chineses querem é ter neste momento pessoas, que estejam próximas do poder político. Mas o que enoja, é o facto do dr Eduardo Catroga ter aceite este cargo, sendo ele um dos que na altura da negociação do austero pacote com Teixeira dos Santos, afirmar que temos de cortar nas mordomias e gorduras. O Gordanas, devia saber o que é chamado período de NOJO. Porque se soubesse não teria aceite este cargo em consideração pelos milhares de portugueses que estão sem emprego, e os que estão em vias disso. Mas não, isto para ele são PENTELHOS. E ainda goza com o pagode, afirmando que a escolha que  foi feita é uma escolha natural. É natural sim porque neste subdesenvolvido país, por melhor gestor;economista; advogado etc.. que se seja,  se não estiver ligado à rede de interesses  dos partidos, não têm futuro de grande monta. 

Mas lembram-se com certeza de Celeste Cardona. Foi ministra da justiça no governo de Durão Barroso, em que Paulo Portas era ministro da Defesa. Aliás todos se devem lembrar desta excelente ministra.  Foi após remodelação governamental directamente para a CGD, representando na Direcção da mesma, a cor azul do PP. Agora também por divina graça do Espírito Santo, aparece novamente nomeada para um Conselho de supervisão de uma grande empresa. Fantástico! Não se esqueçam, foram os comunistas chineses que viram nos astros a estrela Celeste, e perguntaram. Quem é esta Estrela Celeste ? Os Deuses responderam; é Cardona !

Mas o leitor deve com certeza lembrar-se também, não de uma estrela Celeste, mas de uma mais terrena, que espia os seus pecados pela liturgia da Opus Dei. Estou a falar de quem ? do homem que presidiu ao BCP, e que quis ser o grande banqueiro dos pobres. Falhou a sua OPA , e dedicou-se à literatura; aos poemas. Ele é também um visionário. Anteriormente chamado para redigir o acordo ortográfico, e para a elaboração da revisão da constituição, dedicava-se agora à arte. Era pintor. O seu génio artistico estava a começar a dar frutos, senão que é chamado também pelos comunas chineses para fazer parte do conselho de sábios da supervisão da EDP. Fantástico ! Paços Coelho não sabia de nada. Os Chineses sabiam de tudo. Como dizia Daniel Oliveira, este governo é Forte com os Fracos e Fraco com os Fortes. 

Os chineses devem ter dito a Paços Coelho; se queres guiar o teu povo com garra e determinação de forma a que eles suportem os sacrifícios de animo leve, e com força, mostra-lhes que devem fazer o que tu dizes, mas não o que tu fazes. Foi com certeza o espírito de Mao Tse Tung que o guiou.

Mas Paços Coelho não foi só guiado pelo espírito do livro vermelho. Ele não se deve ter esquecido daquilo que aprendeu na Universidade Lusíada.  Se teve alguma cadeira sobre liderança e motivação, ficou provado que deve ter aprendido bem a lição.  Mas também deve apreendido muito mais sobre negociação. Senão não teria dado luz verde para que Manuel Frexes, Presidente da Câmara do Fundão, fosse indigitado para presidir as àguas de Portugal. Empresa, que por mera coincidência, têm um diferendo em tribunal com a Câmara de que ele é Presidente. Está em causa uma verba de uns míseros 7 milhões e tal de Euros. Vejamos o que diz Paços Coelho "....foram nomeados autarcas para a Administração das Àguas de Portugal, porque são eles que melhor poderão estar em condições de negociação para resolver os diferendos com as autarquias...."  Fantástico o argumento não acham ? Quando em julgamento estiverem as Águas de Portugal e a Câmara do Fundão, temos Manuel Frexes frente a Manuel Frexes. Manuel Frexes acusador frente a Manuel Frexes acusado. Manuel Frexes pula do banco dos réus para o banco da acusação. O mais provável é que Manuel Frexes acusador vai ter pena de Manuel Frexes acusado. No fim Manuel Frexes abraça Manuel Frexes, e os pacóvios munícipes de Fundão chorarão com certeza do fundo do coração por ambos

Está ainda no POTE, a TAP; ANA ; REN; CTT etc... Os iluminados; as cabeças deste país, aqueles cujo QI  e QE são de veras excepcionais, aguardam que as MIGAS que restam lhes sejam distribuídas, porque a nós resta (como diz Mário Soares) o direito à indignação. Por enquanto !