quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A OPOSIÇÃO

O partido socialista ao assinar o acordo com troika ficou sem margem de manobra para propor o que quer que seja de bom para o país. É que com a profundidade da crise económico/financeira em que nos encontramos nós e a Europa no seu todo, o que resta ao PS para parecer bonzinho para aos olhos dos portugueses, é quase nada. É patético ouvir António José Seguro  afirmar que existem almofadas orçamentais para poupar pelo menos um dos cortes dos subsídios. Depois da figura triste que o bancarrota Sócrates fez com os 4 packs, é de uma irresponsabilidade vir com palavrinhas demagógicas de promessas de alívio do quer que seja.
Mas não é só a oposição externa ao governo, é também a oposição interna. É também patético ouvir Manuela Ferreira Leite afirmar que faltam a este governo medidas para fomentar o crescimento económico, para além de criticar políticas pontuais, quanto a matérias de tributação. Ela que foi um autêntica nulidade na condução de políticas económicas reformistas quando esteve no governo. Não é necessário ser nenhum economista, para perceber que numa altura de quase ausência de liquidez na economia, que o que resta ao governo para incrementar políticas económicas para o crescimento do pib no curto prazo, são políticas residuais. As políticas numa fase recessiva que podem ter influência no crescimento da economia, que não representem um substancial aumento da despesa, são na mudança das condições de investimento externo nomeadamente no aumento da atractividade do mesmo para o nosso país, quer através de políticas fiscais quer através do melhoramento substancial da máquina da justiça. Medidas de carácter Keynesiano, era o que o alucinado Sócrates queria fazer com o TGV, pontes, barragens, túneis etc. Esse modelo do estado  motor do arranque económico, teve razão de ser em circunstâncias completamente diferentes das que temos agora, nomeadamente do pós 2ª guerra.
Mas o que me leva a escrever este artigo, é facto do triste que que fico ao ouvir uma oposição generalizada, andar completamente noutro mundo. No mundo da pura demagogia. Diria pior, no mundo de uma patética quimera. Será que estes comentadores muitos dos quais tiveram no passado responsabilidades governamentais, não tem vergonha em falar para a comunicação social a criticar o esforço Hercúleo que o governo tem pela frente. De facto, uma das coisas que também se perdeu nestes anos de gasto à tripa forra, foi .a honra, a dignidade e a vergonha.  Vê-se esta gente, que levou o país à ruína, aparecerem em todo lado e falar a torto e direito como se nada tivesse passado com eles; é como se não tivessem tido cargos de responsabilidade política no rumo que o país tomou. Para além do caso acima referido de Manuela Ferreira Leite, é angustiante ver os arguidos no caso face oculta, prestarem declarações com uma candura de enojar quem os ouve, sem o menor pudor nem recato, que os actos de que são acusados requeria. Mas enfim, é o resto que resulta de uma sociedade cheia de gorduras e privilégios que o €uro trouxe.
Com já disse noutras ocasiões resta-nos 2 opções de fundo Ficar no euro, ou sair. Para ficar, já afirmei que sou apologista da política monetária alemã da não desvalorização do €uro, com todas as consequências de empobrecimento no curto  prazo para Portugal num  período com três a quatro anos de forte contracção da economia, mas convencido, de que no médio longo prazo, são a única forma de nos tornarmos-nos uma nação competitiva no futuro. A outra é a saída do Euro. Esta opção  sem incluirmos a conversão da dívida em euros para a antiga moeda, o que seria um fardo para gerações, é também uma opção de fortes sacrifícios, pois apesar de recuperarmos os instrumentos de política monetária e cambial, com especal reflexo para a desvalorização para tornar mais competitivas as nossas exportações, são no seu todo políticas de empobrecimento, já que a taxa de câmbio em relação ao euro sofreria uma forte desvalorização, o que representaria uma forte redução salarial encapotada, já que a inflação importada, seria gigantesca, visto que somos neste momento um país fortemente dependente da produção externa. Qualquer destes cenários é terrível para o país. Como já disse prefiro a primeira opção. Ajustamento através da redução da despesa, e do aumento da competitividade através da redução dos custos dos factores de produção, incluindo do factor trabalho. Não perdendo de vista políticas fiscais expansionistas para o sector exportador, e outras de aumento da atractividade do investimento estrangeiro.
É o apontar de soluções claras de apoio ao ajustamento, que no mínimo se exige aqueles que têm neste momento responsabilidades políticas, e aqueles que as tiveram no passado e que agora estão inactivos politicamente, exigisse o recato, pelo respeito que os portugueses merecem, nomeadamente aqueles que estão a pagar a má gestão e a roubalheira.

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