quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

OS PAÍSES SUBMERGENTES

No olho deste furação económico financeiro em que a Europa se encontra, como cidadão e economista, paro algumas vezes a reflectir sobre isto tudo, questionando-me se de facto tanto a Europa como os USA, têm alguma saída que não seja levarem o Xeque Mate do empobrecimento, neste novo tabuleiro de xadrez mundial.
Senão vejamos:
  • envelhecimento da população,
  • diminuição da população activa
  • quebra do PIB
  • dívida pública elevada
  • despesas públicas rígidas
  • baixas taxas de poupança
  • custos de produção altos nos produtos de baixo valor acrescentado.
  • excessivamente dependentes do financiamento externo
  • mercado mundial liberado em kapital, rhumanos e tecnológicos.
  • Europa políticamnete fraca, com personalidades como Barroso e Rompuy à frente respectivamente da Comissão e do Concelho Europeu
Este coktail é explosivo.
Quando a OMC (Organização Mundial do Comércio)  pensou na liberalização do mercado mundial no sentido de levar a hipótese a todo o mundo a melhoria do conforto e do rendimento, os países que na altura estavam posicionados no tabuleiro de xadrez mundial, sabiam que a circulação de todos os factores de produção circulariam livremente e em força com a abolição dos direitos alfandegários. As grandes empresas dos países Europeus não tardaram a deslocalizar-se, levando consigo a tecnologia e muitas vezes a gestão para os ditos países emergentes.  A pressão dos resultados como forma de satisfazer os accionistas, e dos gestores manterem os seus lugares, levou  à deslocalização industrial,  e a uma perda da competitividade da Europa e também dos USA no mercado mundial.
O problema é mesmo esse; é que know how é de uma volatilidade enorme. Não há nenhuma protecção ou regulamentção hoje em dia nos mercados mundiais. Se eu criar uma empresa em Portugal de software em  que os quadros dessa empresa foram formados nas universidades portuguesas, pagos pelo benemérito estado, construo a empresa num parque industrial, para o qual fui subsidiado, obtenho do benemérito estado apoios à  contratação, e incluo o projecto num plano operacional desses que há para aí aos pontapés financiado com fundos comunitários. No fim, depois de ter criado o software, começo a fazer contas, e dar-lhe aplicação industrial na construção de consolas de aplicações em telemóveis, não aqui, pois o pessoal ganha muito, tenho que lhe pagar 14 meses de vencimento, mais seguros, mais segurança social etc., mas na China, ou na Formosa. Construo lá uma fábrica, coloco lá um director de produção, e construo lá as consolas ou os telemóves a preços unitários impensáveis aqui. Lá o  pessoal trabalha com uma malga de arroz, os direitos são muito poucos e as obrigações muitas. Exporto o produto para o mercado altamente consumista Europeu. Se não têm dinheiro, pedem emprestado.
 É este ciclo, de perda por parte de uns do sector industrial, dando lugar o sector dos serviços cujas suas características são por natureza actividades de baixo valor acrescentado, e de baixa componente de exportação, por troca com outros países que competem directamente nos mesmos mercados. 
 É nesta deterioração dos termos de troca, que Europa tem vindo a perder competitividade no mercado mundial, apesar de ter as melhores universidades a maior investigação e desenvolvimento. Ter a melhor investigação e desenvolvimento, para quê ? Se a sua grande aplicação é feita fora do seu espaço.
Se não houver uma revisão da regulamentação do mercado mundial, a Europa vai passas por um período muito negro. Só sairá dele, quando nos países que agora têm excedentes nas suas balanças de pagamentos, vierem a adoptar para os seus povos condições e níveis de vida idênticos aos praticados na Europa e USA. Então  os termos de troca se voltem a equilibrar. O processo agora,  se não se adoptarem medidas reguladoras,  não no curto prazo, mas no médio ou longo prazo. As curvas vão agora caminhar para se encontrarem. A curva da Europa no sentido descendente, e as dos países ditos emergentes no sentido ascendente. Quando mais depressa se encontrarem, quer seja pela subidas das condições de nível de vida desses países, quer seja pela descida do nível de vida dos europeus, melhor para ambos.

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