sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

EUROPA DOS 27

As economias da zona €uro estão numa profunda crise de crescimento económico, mas não só. No país da libra, estiveram ateontem 2 milhões de britânicos  em greve. Cortes nos salários, nas reformas, nos subsídios;  despedimentos de milhares de funcionários públicos, entre outras medidas são o resultado da instabilidade económico/social vivida em países fora da zona €uro como a Grã Bretanha. A Hungria, país também fora da zona €uro, pediu à pouco tempo a intervenção do FMI, devido à forte crise das finanças públicas e a consequente dificuldade em se financiar junto dos mercados financeiros internacionais.
Com já referi em anteriores ocasiões o problema da Europa  é  financeiro, mas não só. É essencialmente económico. Os países emergentes, que de emergentes já não têm nada, continuam a crescer. O produto europeu segundo as últimas previsões vai continuar a diminuir.  As finanças públicas Europeias estão na sua generalidade deficitárias. A Europa está endividada. Os mercados que  a financiam, olham cada vez mais com desconfiança. Financiam cada vez menos e com taxas de juro mais altas. Não vêm uma Europa política, capaz de tomar decisões estruturais que a consolidem. Os responsáveis pelas instituições europeias  e dos países que a compõem, não podem pensar que basta disciplina orçamental para que os países mais aflitos  voltem a  financiar-se a juros baixos. A Itália é o exemplo disso. Os juros do financiamento estão já no vermelho 8%. Vai para o início do próximo ano necessitar de colocar dívida no mercado de cerca 78 mil milhões de €uros. Se não houver procura para esse montante entra em default. Estamos a falar da 3ª maior economia da zona Euro. A Espanha está na corda bamba. Vai a seguir. O problema é que estão na sua quase maioria nesta situação. Os mercados, vêm os europeus a olhar uns para os outros dizendo: nós não somos aquele; aquele dizendo que não temos nada a ver com este etc.etc., quando estão neste momento todos contagiados.
Os mercados não querem saber se na Itália está lá o Berlusconi ou o Monti. Se em Portugal está o Sócrates ou o Coelho. O que eles sabem é que com estes valores da dívida pública e com uma Europa sem liderança e sem rumo, que não são Montis nem Coelhos que salvam o euro. 
A Europa dos 27 como um todo, e mais própria mente a zona €uro, vão ter que mudar de vida. Mas não só em termos financeiros, vão ter que mudar em termos políticos, para haver uma concertação forte em termos económicos  e salvar o €uro.
Quando estava tudo bem e se tentou dar início a uma €uropa mais federal, criando uma constituição €uropeia, vieram pressionados por razões eleitoralistas, com a estupidez dos referendos. Referendar a constituição ! A França e a Holanda chumbaram o tratado constitucional europeu em referendo.
 Acabem com este tipo de referendos, pois são um atestado de menoridade aos representantes do povo eleitos democráticamente em eleições legislativas. Façam um governo verdadeiramente europeu. Criem os estados Unidos da Europa. Dêem credibilidade aos mercados. Façam um verdadeiro orçamento Europeu, com mecanismos de fiscalização da execução orçamental dos estados membros.
No dia nove deste mês vai haver uma reunião do Concelho Europeu. Julgo que estará em cima da mesa propostas que irão neste sentido. Caso não o façam, o €uro têm os dias contados. O tempo está a esgotar-se, se é que não se esgotou já.

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