segunda-feira, 18 de julho de 2011

MOEDA ÚNICA ESCUDO

Lembram-se com certeza da nossa moeda única. Era a moeda única em todo o território nacional. Do Minho ao Algarve. Uma pergunta se deve fazer. O nível de rendimento em todo o território nacional era o mesmo ? A resposta é óbvia. Não ! Como ainda agora as regiões do litoral têm índices de conforto e rendimento muito superiores às do interior. O mesmo se passa  na Europa do Euro. Os níveis de rendimento e conforto, são substancialmente diferentes entre os países que participam no €uro. Outra pergunta se poderá fazer é:  Então porque é que no tempo do escudo, as diversas regiões não se endividavam de forma a poder por em causa a taxa de câmbio do escudo em relação às outras moedas ?   Por duas razões principais:  A primeira é que o orçamento era único para todo o território nacional. Cada autarquia tinha as suas dotações orçamentais, e receitas próprias para fazer face às suas despesas, não podendo endividar-se sem autorização do poder central. A segunda á que havia uma  política comum para todo o território nacional. O escudo e a sua estabilidade ou não em relação às outras moedas, era fruto de uma política nacional,  orçamental e monetária comum. Então porquê duma crise do €uro desta dimensão no seio da união monetária ? Exactamente porque a união na verdade é exclusivamente monetária. A política orçamental apesar de estar condicionada pelos critérios de convergência do tratado de Maastricht, é da exclusiva responsabilidade dos países participantes. A união política, no verdadeiro sentido da palavra não existe. O Presidente do Concelho Europeu é meramente uma figura de estilo. Não havendo um orçamento comum, nem uma política interna e externa comum, era de esperar que mais tarde ou mais cedo, a indisciplina do países participantes no €uro, levasse ao problema do endividamento. Taxa de juro e de inflação baixa, estabilidade cambial da moeda única, é o coktail para o endividamento de países geridos irresponsavelmente. O problema do endividamento, segundo a maioria dos pensadores económicos da altura, era um problema exclusivo dos agentes, e não dos países, já que a balança de pagamentos tinha desaparecido. O resultado está à vista. Faz agora, que pagamos depois. Quanto é ? É x, mas se levar mais isto é mais y. Já agora acrescenta lá ! depois logo se vê. Lembro-me também do Dr Victor Constâncio afirmar para as câmaras da televisão que com a eliminação da balança de pagamentos (BoP), e da taxa de câmbio, o problema do endividamento não era de Portugal, mas sim dos agentes, empresas, particulares, etc. Diziam os economistas da moeda única. Portugal, nunca mais vai ser intrevencionado pelo FMI. Agora vê-se, o dr Victor Constâncio no trono dourado da vice presidência do BCE, (apesar de não ter visto nada de irregular no BPN nem do BPP) e a troika FMI/BCE  em Portugal.  A solução de Portugal, Grécia, Irlanda etc, passa por austeridade, mas não só. Passa sim por mais Europa. O problema é que dirigentes como Helmut Kold, Jack Delors Olof Palme entre outros já não estão, ou estão fora da política activa, e os que estão, estão mais preocupados com o seu quintal.

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