quarta-feira, 25 de julho de 2012

RESSACA ESPANHOLA













Com a chegada da direita de  Mariano Rajoy ao poder, mal sabiam os Espanhóis o que os esperava. O discurso do novo poder era de peitaça prá frente. Nós estamos bem economicamente e recomenda-se. Nós não somos os Gregos. Nós não somos os Portugas. Nós não somos os Irlandeses. Nós somos o grande  reino de sua Majestade El Rey Dom Juan.

O leitor lembrar-se-á dos discursos do  nosso anterior Primeiro Ministro Bancarrota Sócrates, aquando confrontado com a necessidade de ajuda externa. Negava qualquer dificuldade e muito menos um pedido de ajuda. Compreende-se até certo ponto este tipo de atitude, mas quando levada ao extremo, poderá ser contra producente, visto que atacar o mal quanto mais cedo melhor. Não foi o que se passou com o nosso Bancarrota Sócrates e o mesmo se está a passar com o governo de Espanha.

Em face do discurso da negação nós portugueses não ficámos todos surpreendidos, surpreendidos ficaram sim o povo espanhol, quando  solicitado um pedido de  financiamento à União Europeia de cerca de 65 mil milhões de €uros ao FEE (Fundo de Estabilização Económico Financeira) para resgatar a banca. Não era segundo os responsáveis espanhóis um resgate; era sim um financiamento. Puro eufemismo.

A partir daí o azimute discursivo mudou de direcção. Os Eurobonds passou a ser  coisa boa e Angela Merkel coisa má. Toca de reunir reforços. Estes não lhe faltaram. Juntou-se então o triunvirato. Ao chefe da armada espanhola Mariano a tremideira Italiana Monti e o grande chefe François Hollande. Estavam reunidas três das economias mais ricas da Europa, e prontas para a próxima cimeira do Concelho Europeu. Não era esta mais uma das muitas cimeiras pífias que tinahm acontecido até agora, era sim a cimeira do triunvirato contra demoníaca Merkel.

Durante a madrugada fora o triunvirato fez birra, já que para Merkel, eurobonds só por cima do seu cadáver. Lá conseguiram uns funditos, o que foi o suficiente para cantarem vitória.

A ressaca da cimeira veio mais cedo do que se esperava. Pensando que aqueles malfeitores dos mercados ficariam descansados com um pseudo saneamento bancário, e mais umas promessas de financiamento eram o suficiente para que as taxas de juro das emissões obrigacionistas baixassem para a  caravela ir de vento em poupa. Puro engano. Mais, tal como em Portugal as autarquias e as regiões autónomas foram e são uma surpresa constante, no reino de sua majestade o mesmo acontece. As provincías de Valência  e Catalunha já solicitaram ajuda ao governo central. Isto é só o começo, porque mais estão na forja. O mercados já com o pé atrás vinham cobrando mais juros do prémio de risco. Quando começarem a saber os montantes de financiamento necessários para salvar todo o reino, o resgate será inevitável. A ressaca será de caixão à cova. E mais estão em fila de espera.

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