sábado, 17 de março de 2012

EXCEPÇÕES VS ADAPTAÇÕES

Senhoras e Senhores, o governo  do dr Pedro Paços Coelho comunica em primeira mão através sua Exª o Ministro dos Assuntos Parlamentares, Miguel Relvas, o seguinte:
TAP e CGD, não vão levar cortes nos subsídios de férias e de Natal nos seus funcionários.
Porquê estas excepções ? Pergunta o Zé povinho.
Com a substância com que todos lhe reconhecem Miguel Relvas responde. Não são regimes de EXCEPÇÃO, são sim  ADAPTAÇÕES.
O Zé Povinho depois ouvir  substantiva afirmação, fica confuso mas pensativo.  Adaptações ! que será isso ? deve ser qualquer outro tipo de sacrifícios ou  de privações que o pessoal da TAP e da CGD devem ter que se sujeitar. Então ! mas se não lhes tiram nos subsídios, e que segundo Miguel Relva e Vitor Gaspar a massa salarial terá que sofrer cortes num montante equivalente aquele dos subsídios (segundo as minhas contas serão 2/14= cerca de 14 % ) , onde raio é que eles se irão cortar ? Difícil solução para esta equação. Será que a rapaziada destas empresas tinha e tem valores na sua massa salarial de mais de 14 % para além dos vencimentos que auferem, que poderão ser alvo de cortes nos próximos 2 exercícios ? Só se for em horas extrordinárias, subsídios de representação, custos para formação, aquisição de material informático, livros de estudo etc. Será isto ? É que se assim for, a rapaziada é remunerada 14 meses, e depois têm benefícios de mais 2 meses de vencimento ao longo do ano com estas benesses todas. Puxa a rapaziada têm andado numa boa. É um regabobe à custa do Zé Povinho. Mas o leitor acredita nisto ? Eu não acredito; pelo menos para todos os trabalhadores. Acredito nisso sim, mas só para alguns. Uma pequena minoria, aqueles lá do topo, que calculam derivadas e integrais de cabeça. Mas se for lá para essas excelências, significa que essa pequena minoria terá um conjunto de benefícios na sua massa salarial num valor equivalente a 14% de toda a massa salarial dessas empresas, que poderá equivaler a um valor de benesses não de 14% para além do vencimento, mas de alguns 200 ou mais % para além do vencimento anual. Também não acredito ! O corte de 14 % no volume de massa salarial de empresas com milhares de trabalhadores equivale a milhões de €. Os nossos ministros devem-se ter enganado, eles vão cortar, mas não é no volume dos custos totais da massa salarial, devem sim cortar, peço desculpa adaptar, é 14 % do custo da massa salarial, nos custos totais dessas empresas. Assim já acredito. É nas chamadas gorduras, ou melhor dizendo nos custos intermédios. Esperem lá ! Mas isso não estava já subjacente na política de cortes das empresas públicas, aquando da chegada da troika ? E esses cortes, perdão adaptações, não são para ser levados a cabo por todas as empresas que estejam ou não em concorrência com o sector privado ? Claro que sim, foi isso que eles disseram logo na campanha eleitoral, mesmo antes de chegada da troika, não foi ? Claro que sim. Então se isso já está subjacente para uma gestão mais eficiente do sector empresarial do estado,  onde raio é que eles vão cortar ? Ou melhor, cortar para além dos outros, já que os outros levam cortes nos subsídios e estes não. Já sei, as adaptações a que o pessoal vai estar sujeito, por exemplo: devem ter que se adaptar a levar a marmita ou o farnel para o trabalho, porque não devem poder comer nas cantinas dessas empresas; terão  que se adaptar a trazer águinha fresca lá de casa,  ou então meter a goela na torneira da casa de banho, e quando precisaram de arrear o calhau, deverão ter que limpar o cú às listas telefónicas ou ao papel de rascunho das secretárias; as comunicações passarão a ser feitas por sinais de fumo; as deslocações em trabalho, passarão a ser feitas a pé ou de bicicleta; a limpeza dos escritórios corredores e casas de banho deverão ser feitas pelos próprios utilizadores; durante o dia as luzes permanecerão apagadas, e à noite, deverão utilizar petromaxs etc. etc. Isto serão só alguns exemplos das adaptações a que o pessoal destas empresas irão estar sujeitos. Afinal descobri o que são as adaptações. Pensava que era burro mas afinal não sou.
O pessoal destas empresas, para além das políticas de emagrecimento com cortes nas gorduras vs custos intermédios, vão ter que cortar mais fundo, vão chegar ao osso, para levarem felizes e contentes o 13º e 14º mês de vencimento. São as chamadas adaptações, a que os outros beneficiados não vão estar sujeitos. Ouviram bem. Estes gajos são brilhantes. Você senhor leitor ficou esclarecido ? Estes tipos são de facto brilhantes, e nós muito estúpidos.

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