Dando seguimento, ao completo desnorte que reina, não só na comunicação social, nas na mais profunda nata da economia, vejamos as divergentes análises de opinião sobre como agir para tirar países como Portugal da crise económica, veiculadas em pouco espaço de tempo. Não por diferentes fontes; não por diferentes analistas, mas sim pelos mesmo indivíduo. Estou-me a referir claro está a um eeconomista, e muito especial, ao sr Paul Krugman, economista novelado, tão citado pela esquerda caviar que reclama constantemente políticas Keynesianas para dinamizar a economia.
Para melhor compreender as diferenças do seu pensamento nada melhor que transcrever as suas citações em 25 de Março de 2011:
O governo português acabou de cair numa disputa acerca das propostas de austeridade”, refere economista galardoado com o prémio Nobel da Economia na coluna de opinião no “New York Times”.
O professor da Universidade de Princeton refere ainda a alta das obrigações da Irlanda e as perspectivas mais desfavoráveis do Governo britânico para o défice e o crescimento da economia. “O que têm em comum estes acontecimentos? São a prova de que é um erro cortar a despesa quando se é confrontado com um elevado desemprego”, conclui.
Krugman é um dos mais mediáticos defensores das políticas económicas apresentadas por Keynes, que defendem o intervencionismo dos Estados para contrariar o efeito dos ciclos económicos.
“Os defensores da austeridade previram que os cortes da despesa iriam dar dividendos rápidos ao restaurarem a confiança, e que existiriam poucos, se alguns, efeitos adversos no crescimento e emprego; mas estavam errados”, sublinha.
citações em 30 Janeiro 2012
Krugman recomenda corte de 20% nos salários da periferia do euro
Países como Portugal têm ainda de baixar mais os salários para recuperar competitividade. Com alguma inflação, o ajustamento será mais fácil, afirma o economista norte-americano e prémio Nobel da Economia.
Paul Krugman insiste hoje numa entrevista ao “Le Monde” que a principal solução para os desequilíbrios que ameaçam a sobrevivência da Zona Euro passa por uma descida dos salários nos países periféricos, onde se tem concentrado a perda de competitividade face ao centro – e, em particular, face à Alemanha.
“Para restaurar a competitividade na Europa ter-se-ia de fazer com que, daqui a cinco anos, os salários baixassem nos países menos competitivos 20% em relação à Alemanha”.
O Nobel da Economia, bate nesta tecla, defendendo que, face à impossibilidade de desvalorizar a moeda, os países periféricos têm de proceder a cortes nos salários, de modo a reequilibrar as balanças comerciais, atacando, desta forma, o que considera ser o principal motivo do seu excessivo endividamento
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Leram bem ? desde quando é que salário não é despesa. Que eu saiba, quando aprendi contabilidade, os vencimentos estavam numa conta da classe de custos (classe 6). Presumo que ainda por lá se mantenham. Se é um erro cortar na despesa com emprego elevado, porque é que agora passado menos de um ano, e com taxas de desemprego mais elevadas, devemos cortar 20 % nos custos com os salários. Não admira que a opinião sobre os economistas andam pela rua da amargura. Para quem percebe da ciência económica com alguma profundidade, esta aparente contradição poderá não o ser na sua plenitude, mas para um leigo da ciência económica, que é a esmagadora maioria da população, diz que os Deuses devem estar loucos.
Para não andar com grandes análises da ciência económica, nada melhor que um exemplo, e se for numa metáfora, tanto melhor, pois assim o leitor poder compreender esta aparente contradição. Cito o mesmo exemplo já citado por mim anteriormente. Se tivermos um doente com obesidade, poderemos ter várias terapias para a colocar em boa forma física. Podemos dar-lhe comprimidos para emagrecer, e continuar a sua vida normal; podemos aplicar-lhe um regime de exercício físico brutal de forma a que possa emagrecer x calorias por dia; podemos aplicar-lhe uma dieta através do chamado yogurte nikles rien ; podemos aplicar uma dieta pouco rica em gorduras e à base de fibras etc. Qualquer destas dietas poderá levar à tão apregoada perda de peso. O que poderá acontecer com algumas delas, é que o doente obeso poderá sucumbir durante o tratamento, ou na melhor das hipótese, ficar com danos graves em alguns orgãos ou tecidos do seu organismo, e o resultado final, ser um indivíduo com baixo peso, mas com problemas no fígado, com a pele flácida em geral com mau aspecto. Então qual será o melhor solução. A melhor solução é a aplicação de um pouco de algumas medidas em simultâneo, e dentro de um prazo considerado razoável. è assim tão complicado explicar isto aos leitores ? Numa economia desajustada, têm que se aplicar um conjunto de terapias, tanto do lado da despesa, como do lado da receita, e num prazo razoável de aplicação(o que está mal negociado neste momento) de forma a que o ajustamento não seja demasiado violento. è tão simples. Têm medo dos credores ? Não tenham, porque os credores têm mais medo de nós. Citando mais uma vez Maynard Keynes, " Se deveres um euro tens um problema, se deveres um milhão o credor têm um problema" Uma dívida muito alta, dá-nos um forte poder negocial. Os credores querem é que lhes paguemos. Entenderam. Não tenham medo. Não seja cordeirinhos muito bem comportados. Não é mal nenhum pedir a renegociação. Como já escrevi, é uma questão de bom senso.
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