sábado, 28 de janeiro de 2012

PRESO POR TER CÃO E PRESO POR NÃO TER


Numa primeira fase, para a maior parte dos analistas financeiros, a crise das dívidas soberanas não passava de indisciplina orçamental e irresponsabilidade dirigentes dos países PIGE (Portugal-Irlanda-Grécia-Espanha). Longe de ser mentira, verificou-se que a irresponsabilidade e indisciplina passava muito para além destes países. França; Bélgica; Hungria; Inglaterra entre outros sofriam da mesma síndrome.  
Contudo, os holofotes continuam focalizados nos países do Sul. Solução para a crise ? Disciplina orçamental, reformas do sector público empresarial e administrativo, redução das despesas sociais, reformas na legislação laboral e na justiça, entre outras. Estaria resolvido o problema a médio prazo com a adopção destas medidas. Acontece que o problema não é isolado. O problema é SISTÉMICO. É o problema de uma ZONA MONETÁRIA. As famosas Agências de Rating que reduziram a lixo estes países, afirmavam que estas medidas não estavam a ser aplicadas com suficientemente dinâmica, de forma a que os seus déficits voltassem para níveis de considerados credíveis, para que a credibilidade do financiamento das suas economias e respectiva baixa da taxa de juros se voltasse a verificar.
Estes países PIGE, mais própria mente a Grécia, pressionada pela dupla Mercozy e acossada pelas agências de rating, iniciou um conjunto de reduções na despesa pública que levaram a que a procura interna  caísse fortemente, fazendo com que as medidas de redução do déficit não viessem a surtir os efeitos desejados. Pelo contrário, a queda do PIB levou e leva, a um aumento do déficit, e por ordem de razão da dívida pública. Países que assentam em grande parte o seu produto na procura interna, nomeadamente no consumo, e na componente externa não têm produtos com procura  rígida e valor acrescentado suficiente para competir no mercado global que  lhes permita crescer; estas medidas são inviáveis com UMA MOEDA FORTE como o €uro no curto/médio prazo. Eventualmente no longo prazo, mas num processo demasiado DOLOROSO, com convulsões sociais, e eventualmente quedas sucessivas de governos e num cenário mais conflitual, À QUEDA DA PRÓPRIA DEMOCRACIA
SOLUÇÃO --> ESTES PAÍSES TERÃO QUE SAIR DO €URO
A solução de saída destes países do €uro, apesar de ser solução, não é desejável, nem pelos próprios, dados que reconverter as suas dívidas para as moedas originais, multiplicaria as suas dívidas várias vezes. Nem para os restantes países da zona €uro, nomeadamente para Alemanha dado que assentaram grande parte do seu crescimento na procura externa desses países, financiando as suas economias. A saída do €uro da Grécia ou de Portugal, levaria ao não pagamento dos financiamentos efectuados a estes países  o que poderia levar a uma crise sistémica de proporções inimagináveis.
Agora numa segunda fase, verifica-se de facto, que a queda da procura interna destes países PIGE, com fortes medidas de ajustamento, leva a uma queda tal do seu PIB, que o ajustamento não se consegue efectuar.
SOLUÇÃO -->MANTER ESTES PAÍSES NO €URO COM UM AJUSTAMENTO MAIS FRACO E PROLONGADO NO TEMPO
Ao começarem a verificar que o remédio estava a matar o doente, Merkel ; Sarcozy e as agências de rating, inflectiram o discurso. Terão que adoptar medidas de acção ao CRESCIMENTO económico
Baixaram o rating novamente destes países e de outros, mas dizendo agora, que não estão a ser tomadas as medidas suficientes para o relançamento económico destes países.
Que pessoas como eu caiam nestes erros de análise, compreende-se. Nas será que os sábios economistas e financeiros que trabalham nas agências de rating; nos gabinetes de estudos económicos governamentais das instituições europeias e dos governos desses países, cometam estes erros de análise de uma zona económica monetária é no mínimo preocupante. Poderíamos dizer que não têm para onde olhar. Mas têm o exemplo dos USA. Mas pior ! é que as próprias agências de rating estão sedeadas nos USA. Não entendo ! Baixam o rating porque o doente não toma os comprimidos suficientes, e agora dizem que o doente foi medicado a mais. Em que é que ficamos ?  Se tivessem olhado para dentro da sua própria casa, os aconselhamentos financeiros para correcção dos países que têm dívidas soberanas excessivas, seria muito simplesmente comunicarem aos dirigentes europeus; façam como nós. Criem um orçamento federal solidário, de forma a responsabilizar-se pela assimetria orçamental das suas regiões. Mas não andam ao sabor dos acontecimentos.
Para fazer análises deste tipo, bastará os conselhos uma afoita dona de casa.

CADA VEZ ME CONVENÇO MAIS QUE EU  DE FACTO SEI MUITO E SOU EXCEPCIONAL

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