quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

DISTRIBUIÇÃO IGUALITÁRIA DOS SACRIFÍCIOS

No seu habitual discurso de Ano Novo, Cavaco Silva, apelava aos responsáveis da governação, (subentendendo) que os sacrifícios a que os portugueses estavam sujeitos, deveriam ser distribuídos de uma forma igualitária. O nosso paizinho, protector está de veras preocupado com o nosso triste destino. Como um bom pai de família, está muito preocupado com o tratamento igualitário da sua prole. Que confrangedora preocupação ! Não se terá lembrado daqueles que durante mais de três décadas  foram e são sistematicamente beneficiados, vivendo à custa do orçamento de estado, ou melhor, à custa dos impostos daqueles que ele agora sub-entende deveriam também ser penalizados. Das mais de três décadas de governação de pois de Abril, pelo menos uma década e meia, esteve como mais alto representante do Estado. Dez anos como Primeiro Ministro e agora já cinco como Presidente da Republica. Nessa altura estava pouco preocupado com as desigualdades. Os seus correligionários da Assembleia da República com quem  discutia os desígnios da nação,  não estavam já no seu tempo com regimes previligiados de acessos às reformas ? E os já  acessos às subvenções vitalícias após um unico mandato de deputado ? E os subsídios à reintegração na vida activa. Coitadinhos, ficam desamparados após um mandato de deputados. Ficam é na sua maioria com um cartão de visita para altos voos no sector privado, ou pseudo privado, já que muitas dessas empresas, estão ou foram criadas à conta de serviços desnecessariamente prestados ao estado, e com emissão de facturas sobreavaliadas por parte de serviços de duvidoso interesse público, para não falar de outros e outros privilégios e benefícios que a classe que ele chefiava, detinham e ainda detêm . Não se terá lembrado dos seus colegas de trabalho do Banco de Portugal, que também à margem do resto da canalhada tinham um regime de aposentação com reformas por inteiro e vitalícias . De certeza que também não se lembrou na altura, dos privilégios que o sector público foi beneficiando ao longo do seu mandato como primeiro ministro e seguintes, nomeadamente regimes de segurança social mais previligiados.O emprego garantido etc. etc.
O nosso papá está agora preocupado com os empregados da empresa da nação,  porque coitados, vão ficar sem o subsídio de férias e de Natal. Não se esqueceu-se que um dos gestores desta empresa (Estado)de que todos somos accionistas e que só uns é que tiram dividendos, porque se encontram lá a trabalhar foi ele próprio Cavaco Silva que  durante 10 anos chefiou. A empresa que ele chefiou, e que deu forte contributo para a sua falência, os seus empregados, ainda têm um chapéu FMI e BCE, para lhes continuarem a pagar os vencimentos. Já que agora os benifíciados a quemele subentende já não têm tusto para alimentar mais o pessoal .  Mas Cavaco está muito preocupado com eles. Que eu saiba nem 1 deve estar desempregado. Ou se estiver, de certo recebeu daquelas indemnizações chorudas que nós os labregos temos que pagar. Se não for com dinheiro, é com o desemprego. Desemprego esse, que o dr Cavaco  decerto não se lembrou quando falava na igualdade dos sacrifícios. Ele esqueceu-se é que desde 2008, esses não têm emprego, porque estão de fora do chapéu do Estado e do Fmi . São esses que eu nunca o ouvi gritar pela desigualdade de privilégios. Claro, estava tudo a correr bem. A história haveria de o lembrar pelo 1º Ministro do crescimento e do betão. O primeiro Ministro dos Fundos Estruturais e dos Quadros Comunitários de Apoio. A história estava-lhe a correr de feição. Que maçada, logo agora nos seus mandatos de chefia da mais alta personalidade do Estado, ficar ligado  à bancarrota Sócrates, e eventualmente à saída catastrófica do €uro. Não estava nos seus planos. Há que sair de fora. Então faz destes discursos moralistas como se não tivesse nada a ver (pelo que fez e pelo que não fez) com toda esta situação. Como já escrevi antes, Cavaco Silva foi a pior coisa que aconteceu a Portugal depois do 25 de Abril.

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