Quando apareceu a figura do cobrador do fraque, ele apareceu, não para cobrar as dívidas a empresas já falidas e encerradas. Ele surgiu para cobrar as dívidas dos caloteiros, daqueles que continuam a gastar mais do que aquilo que ganham, endividam-se para continuar a ter o mesmo nível de vida à custa da poupança dos outros. Eles só pagam, quando são mesmo obrigados a isso. A melhor forma de o fazer é envergonhá-los do seu comportamento.
No caso de Portugal, enquanto os mercados nos financiassem mesmo com taxas de juro relativamente elevadas, o pessoal andava feliz, recebem numa moeda forte para a qual pouco contribuem; e a dívida ? alguém que há-de pagar. O problema como diz César das Neves é que "Não há almoços grátis" e os mercados fecharam-nos as portas. O dinheiro acabou, e para não nos deixarem a passar fome, emprestaram-nos dinheiro, mas à mesa com o cobrador do fraque; o FMI. O que se passa é que o FMI é estúpido, é pouco racional, não está preocupado se nós temos ou não economia, se temos ou não desemprego, se temos ou não muitos pobres. O que o FMI quer é que nós gastemos menos, para lhes pagar. Não querem saber se cortar aqui ou ali é melhor que acolá. O que querem é que gastemos menos para lhes pagar. Não admira portanto que José Mário Branco lhe dedicasse em 1979 uma canção. ".......o respeitinho é muito lindo, o teu trabalhinho é muito lindo, consolida filho consolida ...ganhar forças para consolidar..consolida...p'ra ver se consegue num grande esforço nacional estabilizar esta destabilização filha da puta......." . O gajo é estúpido !.... Ele é estúpido para governantes estúpidos !
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