
Devem estar recordados dos tumultos que aconteceram em Paris à cerca de três anos. Cenas em tudo semelhantes às que estão a viver hoje os londrinos. As causas apontadas são os cortes orçamentais, o desemprego, a delinquência. Em suma a crise económica. Mas há uma causa que é pouco falada, mas que está em grande parte na génese desta violência; a desestruturação da família nas sociedades modernas actuais. Não por culpa da crise económica, mas por excesso de "economia". Hoje em dia numa sociedade cada vez mais competitiva, que nos está constantemente a solicitar a aquisição de novos produtos, novos desafios, novos conhecimentos; a bombardear-mos constantemente com nova informação, leva a que a prioridade nas nossas vidas seja o trabalho. Para uns como garantia de sobrevivência, para outros como forma de manutenção ou mesmo ascensão social. O resultado é o abandono por parte dos pais do seu papel nuclear na educação dos filhos. Transferem para a escola o papel educador, e resolvem, ou pensam que resolvem o problema de educar, oferecendo computadores; consolas de jogos; telemóveis de última geração; roupas de marca, etc. etc. Isto nas famílias mais abastadas. Nas outras, os filhos passaram o dia na escola, ou pensam que passaram, e quando chegam a casa, pai e mãe, estão tão cansados, que nem sequer têm tempo de falar com eles. Escolhem a televisão com primeiro objecto de observação e análise. Quando se dão conta, os filhos estão completamente fora de controlo e já é tarde inverter o rumo. São filhos da rua. O resultado está à vista.
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