A QUEDA DOS IMPÉRIOS

Primeiro a Euforia. Compra agora, paga quando puderes. Compras ? tens dívidas ?  Convertem-se  em títulos. Títulos por sua vez, convertem-se em fundos, estes fundos espalham-se por todo o mundo a GANÂNCIA. O movimento gera mais movimento. As bolsas sobem, a economia nominal vai de vento em poupa. A Economia real do trabalho e do emprego, a economia dos industriais, dos bens transaccionáveis vai indo mas nem por isso. A economia virtual, inflaccionada pela procura do ganho rápido e fácil, continua a acelerar.  A economia real começa a incomodar. Industria ? Pagar ao pessoal ? Os bens ficam tão caros ! é melhor transferi-los para os países da escravidão laboral e dos baixos salários sem direitos. Aqui o pessoal é muito exigente ! faz greves. Os sindicatos fazem muito barulho. Nós o que queremos é comprar muito, muito e barato. Mesmo que esse barato tenha origem em mão-de-obra infantil. Quem são esses putos ? Nem os vemos. Estão lá tão longe. Nós aqui, vivemos dos serviços, da consultoria ao Estado. Produzimos pouco ? Não é preciso. As taxas de juro estão tão baixas. Os do outro mundo produzem para nós. Se precisarmos de dinheiro, vamos aos mercados, e emprestamos ao pessoal. Não precisam de pagar agora. Pagam depois.

Mas quando a bota não bate com a perdigota. Quando o sangue é demais para o corpo, o derrame acontece. Dá-se um AVC. A bolha rebentou. O sangue espalhou-se para fora das artérias. O sangue têm pouco oxigénio. O sangue não vale nada. O corpo começa a fraquejar.

É como estão neste momento as economias Europeia e Americana. Estão em convalescença. Estão a soro. Têm que levar liquidez daqueles que faziam o trabalho escravo. Agora estão endividadas, e com pouca capacidade económica. A sua industria foi deslocalizada. O desemprego continua a aumentar. O valor das suas moedas  em perigo. Poderá ser o início de um novo ciclo. A QUEDA DOS IMPÉRIOS