sábado, 25 de junho de 2011

SAIR OU NÃO DO €URO ? EIS A QUESTÃO

Na passada terça feira, ouvia na sic notícias uma entrevista com o professor João Ferreira do Amaral.
(Para os eventais leitores deste blog, lembro, que este economista, foi o único da nossa praça de comentadores, que sempre foi contra a entrada de Portugal no €uro). Ela argumenta, que a nossa economia, por ter uma situação estrutural crónica de déficite na balança de pagamentos, e uma dívida global (pública e privada) enorme, nunca consigamos dinamizar a economia, porque para servir a dívida, vamos acabar por destruir a parte do pib que mais contribui para o nosso crescimento, que é o sector dos bens não transaccionáveis, mais própriamente a procura interna, já que a procura externa, as exportações representam uma pequena percentagem do pib, e do emprego, ao contrário da procura interna que representa mais de 60 % do produto. Argumenta também, que dando continuidade às políticas  de ajustamento dentro do €uro, será de todo mais produtivo, políticas de apoio às exportações, mesmo sendo de carácter discriminatório (caso da redução da tx social única), visto que só através de um aumento da quota do sector exportador no produto, poderemos de alguma forma reduzir sustentadamente o endividamento. Comprimir mais a procura agregada (consumo e  importações), vai aumentar de tal forma o desemprego, que a economia não vai gerar receitas suficientes para pagar as despesas correntes, quanto mais servir uma dívida com juros a taxas superiores à do crescimento. Ele argumenta que saindo do €uro, a ajuda externa deveria, ser para financiar a forte desvalorização cambial que ocorreria de certeza. e mantendo um conjunto de pressupostos ao nível dos activos, que permitiriam evitar o pânico e a fuga de capitais, nomeadamente a manutenção das poupanças em €uros. Diz também, que nós não temos aparelho produtivo para estarmos numa zona monetária forte. Estarmos numa zona monetária com países como a Alemanha, com superávits comerciais, onde o inverso acontece connosco, é uma equação impossível em termos monetários. Vamos ser empurrados inevitalmente mais tarde ou mais cedo para fora do €uro.  Ferreira do Amaral compara a insistência em permanecer no €uro, com a teimosa do anterior regime em descolonizar, esperando sempre o melhor momento para o fazer, desde Caetano a Spínola. Não o fizeram mais cedo, pior os termos em que o fizemos mais tarde. No caso da saída ou não do €uro, fazendo-o mais tarde, vai ser prejudicial porque as condições de ajuda não serão as mesmas concerteza que temos agora. Continuar no €uro, será o empobrecimento gradual da nossa sociedade.

Sem comentários:

PRESIDÊNCIA DA RÉPUBLICA

  O nosso sistema político é Parlamentar, não presidencialista, logo os poderes do Presidente da República são limitados à sua esfera de inf...