As eleições do passado dia 5 de Junho tiveram o resultado conhecido, mas ficaram duzentos mil votos de pessoas que se deslocaram às urnas sem resultado prático aparente. Tal nos deveriam fazer pensar. 75.000 votos nulos e 125.000 votos em branco.
Tanto os nulos como os votos em branco, devem obedecer a alguma análise. À priori, a primeira leitura a fazer, como leigo na matéria, é de que são votos de contestação. Se nos debruçarmos nos votos nulos, são pessoas que se dão ao trabalho de se deslocarem às urnas e escrever todo o tipo de frases de manifestação e REVOLTA, de colocar mesmo novos quadrados com outras personalidades a quem votar como Salazar. De escrever palavrões, de rasurar etc. Quem são estas pessoas ? Muitas delas nos cruzamos no dia a dia e com as quais falamos. Uma coisa é certa não se revêm no actual quadro politico parlamentar. Estão saturadas que os média lhes tragam o mexerico, a roubalheira, a impunidade, o enriquecimento injustificado de alguns próximos do poder, da transição do poder para a banca e da banca para o poder, para organismos e empresas públicas, e mesmo privadas, quando o estado representa grande parte da clientela. Estão cansados desta democracia doente. Estão frustrados com as expectativas que criaram ao longo das últimas décadas e que agora foram goradas.
O voto em branco, apesar de representar as mesmas razões daqueles que votam em nulo, é um voto que têm que ter uma leitura diferente. Talvez não seja tanto um voto de revolta, mas de insatisfação De um esvaziamento. Ou seja, claramente, quem vota nulo não se revê de todo no actual quadro político parlamentar. Aliás se não fosse a vontade de colocar de fora a Bancarrota Sócrates, eu julgo que o voto em branco ganhava com maioria absoluta. Eu que não votei em branco nem nulo, confesso que estaria no lado dessa maioria de insatisfeitos. Estamos fartos desta bipolarização. Porque não aparecem outras forças alternativas ? Será porque temos uma sociedade civil fraca. Acho que se a crise agudizar, irá aparecer uma força alternativa a este bloco central que nos têm governado e nos trouxe a esta situação de falência. Eles e os que vivem à custa do orçamento, bem remunerados em €uros (moeda forte que representa muito mais valor do que produzem), e muitos desse €uros já algures noutras paragens, estão bem e recomendam-se. Agora ficam os iludidos os frustrados, os falidos a pagar a roubalheira. Estes indíviduos que têm nome e que agora aparecem a dar conselhos como se não tivessem nada a ver com isto, devem ser responsabilizados criminalmente, como estão a fazer na Islândia. Mas como disse atrás a nossa sociedade civil na qual eu me incluo é fraquinha. Muito fraquinha
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