Depois dos dez anos de glória com Cavaco Silva, o PSD não soube aproveitar a ineficácia governamental do seu sucessor Governativo "António Guterres". A chegada de Barroso ao poder com discurso da tanga, a quem milhares de militantes depositaram tantas esperanças, depositando esperanças e vendo nele a determinação e autoridade de Cavaco Silva; foi uma desilusão. Um discurso pouco consubstânciado em termos tecnico/económicos, e pouco convicente em termos políticos, lançava o chavão do "choque fiscal" aliado a alguma vaidade pessoal identificada muito suavemente por uma dicção oratória perceptível apenas a algums. Começou a patinar. Os argumentos aos mais atentos já não convenciam. Ficava a esperança de colocar ordem no Estado e na Administração Pública. Caiu na "Armadilha da liquidação Política". Encurralado internamente pelo sistema tentacular e externamente refém de um valor de défice e de dívida difíceis de controlar. Conseguiu soltar-se da armadilha e escapar. Culminou na fuga. Fuga essa para Bruxelas, a qual consubstanciava as suas fracas convicções técnicas, e ausência de um pensamento e discurso estratégico estruturado para o país. O que se viu foi um Durão na Forma e Barroso no Conteúdo. Como é vaidoso, nada melhor lhe poderia ter acontecido. Livrar-se de uma grande dor de cabeça, e partir para o estrelato.
Ficou o pobre Santana com a criança no colo. Também sem um pensamento estratégico definido, começou primeiro por falar demais, depois pôs em prática um conjunto de medidas avulças de duvidosa racionalidade político/económica, tais como exemplo, passar ministérios do terreiro do Paço para capitais de distrito ... Começava já a fazer despesa. Mas como tinha um profundo desejo de estar na linha da frente e com uma coragem política muito superior à de Barroso, caiu na Armadilha da Liquidação Política. Ou seja por mais brilharetes que fizesse, nada lhe valia, a Presidência da Repúbica já estava no seu encalçe. A estrutura da despesa do estado já estava tão rígida e o crescimento económico tão débil que não lhe premitia loucuras. Qualquer tentativas de reforma estrutural, que pusesse em causa interesses instalados, lhe colocariam a corda no pescoço e o Presidente lhe retiraria a cadeira. Estava condenado à nascença. Barroso tinha dado início ao processo de erossão do PSD.
Quem apareceu após a inevitável derrota de Santana para Sócrates nas legislativas . Um Gimbrinhas, que viu aí a oportunidade de ser alguem na vida, à custa do vilão Santana. Marque Mendes. Marques Mendes aparece indignado, a por ordem na casa. O vilão L'Enfant Terrible tinha que desaparecer de sena. Candidata-se à liderança. Ganha, com o o apoio dos falsos notáveis. Porque de notáveis já tinham pouco pois andavam escudados nas suas actividades profissionais, ou seja com um pé no cravo e outro na feradura, à espera de uma oportunidade para chegar novamente à ribalta. Mas sem nunca darem a cara. Mandam os outros às feras. --as feras são um sistema político podre e viciado. Um sistema económico armadilhado e falido em toda a europa "well fare state" --mas com vontade de na próxima oportunidade se apoveitarem mais uma vez dele para benefícios pessoais.
Marques Mendes cidadão, também vitíma de uma sociedade contemporânea ausente de ideais
políticos que a queda do muro de Berlim e as gorduras de uma sociedade anafada deixou orfãos. Com fraca estatura física. Uma débil voz. Um apoio envenenado dos notáveis, para que possa aguentar o barco, até que a erosão do poder de Sócrates lhes dê a oportunidade de avançarem novamente e aí o triturarem, foram um condimento para o seu fracasso. Um Mendes dentro de um PSD dividido, e arranjando fortes inimigos como sejam Valentim Loureiro e Isaltino Morais. Estava condenado. Foram os antí sulistas e liberais, corporizados por Filipe Menezes, a acabarem o serviço.
A ala mais liberal do partido atingia o poder.
Filipe Meneses caiu na mesma Armadilha da Liquidação Política que Marques Mendes. Mas pior, reendivicou para si aquilo que não deu a Marques Mendes: paz e ausência de crítica interna. Pior a emenda que o soneto. Acusando agora os notáveis de minarem a sua actuação. Também sem estofo para aguentar a pressão, ficou melhor chorar nos braços da sua amante e vereadora de Vila Nova de Gaia.
Ter em atenção, que o PSD sofre da perda de oportunidade de vermos um Durão reformista, e verdadeiramente Social Democrata. Com esta falha, apareceu Sócrates a fazer o que o PSD gostaria de ter feito e não fez. Ou seja, o espaço político e económico do PSD, está neste momento ocupado por Sócrates.
Que mais restava agora ao PSD, senão seguir ou tentar seguir na sua orientação reformista e autoritária tão configurada com aquilo que tinha representado Cavaco. Nada melhor que um líder que pudesse transmitir essa figura austera, responsável, credível. Aqui temos Manuela Ferreira Leite. A salvação do PSD chegara ao largo do Caldas. Os holofotes estavam todos virados para ela.
Mas vejamos; fazendo uma retrospectiva daquilo que tinha sido Manuela como Ministra das Finanças de Durão Barroso. Também vítima da obsessão pelo défice dos 3% do PIB e dos 60% da dívida pública. Duas medidas de política económica marcaram o seu legado. A venda de créditos do Estado ao Citygroup, e a venda de bens imobiliários públicos. Ambas as medidas para contenção do défice.
Do ponto de vista financeiro, aparentam ser boas medidas, porque representam uma entrada de receita no curto prazo. Fazem com que no orçamento de estado a dívida primária (sem juros)diminua, satisfazendo os critérios de convergência adoptados em Amesterdão. Mas do ponto de vista económico tanto uma como outra representam-se desastrosas. Em primeiro porque aquilo que Manuela pensou vender, era muito pouco. A maior parte dos créditos verificou-se mais tarde não o ser. Os tribunais foram na maior parte das vezes favoráveis aos cidadões. Resultado, os créditos transitaram para outros devedores. Ou seja, Sócrates tem ainda no seu legado milhões de euros para pagar ao Citygroup. Em segundo lugar a venda de activos corpóreos é uma medida, para qualquer estudante do 1º ano de gestão de empresas, uma medida do pior. É a mesma coisa que uma família endividada, para resolver o seu problema de endividamento, em vez de renegociar a dívida e reduzir os seus custos de operacionalidade, começasse a vender os seus bens, mantendo o seu nível actual de despesa. Foi o que Ferreira Leite fez. Um disparate do ponto de vista ecomómico, mesmo que do ponto de vista financeiro tenha resultado.
Sócrates foi mais inteligente. O engenheireco foi a Bruxelas, pediu um período de carência para a convergência, começou a reformar o estado, reduziu a despesa pública, --apesar de já ter perdido o gás--, e seguiu uma política de sucesso de combate fraude e evasão fiscal.
Que margem de manobra tem agora Manuela. Se naquilo em que podia ser mais forte contra Sócrates, que era na área económica, ficou muito distante. Em que é que pode agora distinguir-se dele. Na área política ? não me parece ! ainda mais agora, com o aparente apoia a Santana para a Câmara de Lisboa.
Este PSD está de rastos!
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