SALAZAR

Figura odiada por muitos e amada por alguns. Não é estranho,  numa altura em que várias crises (próprias de uma democracia jovem), social, politica e económica que assolam a sociedade portuguesa, que a figura de Salazar seja invocada. Mais agora, do que à cerca de três anos atrás, onde no célebre concurso televisivo, no qual a figura de Salazar ganhou como sendo a mais relevante da história Portuguesa.  Pessoalmente,  apesar de Salazar comandar um regime  bafiento, enalteço alguns dos seus traços mais marcantes. Se falarmos na sua visão estratégica e mais própriamente à sua política externa, afastamento da Europa, optando por Àfrica, não a considero de todo um erro. O erro foi em não ter a capacidade de ver em determinada altura (não Salazar, mas Já Marcelo Caetano), que a solução militar não era solução. Àfrica quanto a mim era uma boa visão estratégica. A comprová-lo está agora a política "Todas para Angola em força". E é verdade, o mercado Angolano e Moçambicano, representam neste momento uma parte importante das nossas exportações. No respeitante à sua política de equilíbrio orçamental, vasta olharmos para a bancarrota Sócrates, para lhe darmos alguma razão. A quimera da vida fácil, que a perspectiva de uma visão Europeísta nos trouxe, levou-nos a hipotecar pelo menos uma geração. Se ouvirmos com atenção os discurso de ontem do Presidente Cavaco Silva e não só, verificamos que o discurso está a voltar ao passado. Esta vitória da direita que atribuem de neo-liberal, só ganhava numa altura de crise como a que estamos a atravessar, devido ao claro descrédito em que caíram os que nos governam. Chamo a atenção que Salazar chegou ao poder numa altura  precedida de fortes crises políticas e orçamentais que caracterizaram o período de 1920 a 1925.  Parafrasendo também ontem António Barreto no discurso do dia de Portugal " a democracia quando pouco alimentada destroi-se a si própria"
Nota: com este texto não pretendo branquear o regime Salazarista. que já considerei bafiento, mas reconheço-lhe algumas virtudes que tanto nos faziam falta agora.